domingo, 15 de agosto de 2010

Um soneto de Camões

Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas, que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Prémio "Seeds of Science 2010 - Comunicação"

O jornal online CiênciaHoje atribui anualmente os prémios "Seeds of Science" que compreendem diversas categorias. Este ano, na categoria de Comunicação, fui eu o distinguido. Foi uma surpresa e fiquei satisfeito, evidentemente.
O prémio foi entregue durante a Gala da Ciência, no Casino da Figueira da Foz, no passado dia 22 de Maio. Dias depois, a 30 de Maio, a RTP deu a notícia e eu estive na RTP N às 17 horas para uma conversa com a minha colega Alberta Marques Fernandes. Aqui fica a conversa.



sexta-feira, 7 de maio de 2010

Inveja!

Pronto, está bem! Eu sei que é pecado! Mas não consigo resistir!

Dizem que voar sempre foi um sonho do Homem. Por mim, é verdade. Acho que um dia ainda vou saltar de pára-quedas.

Tenho inveja do Felix Baumgartner! Ele vai saltar de uma cápsula na estratosfera e voar em queda livre à velocidade do som.

Será um feito histórico, agrupando quatro recordes: velocidade do som (será o primeiro homem a atingir a velocidade do som em queda livre, cerca de 1100 km/hora); queda livre em altitude (quer abandonar a cápsula que o transporta a uma altitude mínima de 120 mil pés, ou seja 37 km); mais alto voo em balão tripulado (os tais 120 mil pés); mais longa queda livre (cinco minutos e trinta e cinco segundos até abrir o pára-quedas).

O austríaco Felix Baumgartner já se tornou famoso pelos saltos em situações incríveis. Entre outras, saltou do cimo das Torres Petronas (450 m) em Kuala Lumpur, na Malásia; fez o salto de mais baixa altitude de sempre, da estátua do Cristo Redentor (29 m) no Rio de Janeiro; foi o primeiro a atravessar o Canal da Mancha em queda livre; saltou da ponte mais alta do mundo em Millau (343 m), França.

Eu não tenho inveja da fama que ele alcançou. Mas confesso que invejo as sensações que tem vivido. E pecado confessado...

(Página do Felix)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Desafios da Sociedade da Informação - 1

Sempre defendi que o valor da tecnologia está na sua utilidade para cada um de nós. As tecnologias digitais de comunicação (TIC) constituem as ferramentas básicas da Sociedade da Informação (SI). Só quem dominar as TIC consegue maximizar a utilidade da SI.
Dominar as TIC não é hoje sinónimo de ser especialista em informática. Há trinta anos, só um técnico de informática sabia ligar um computador. Hoje, na Sociedade da Informação e da Comunicação, dominar as TIC (do ponto de vista do cidadão normal) pode muito bem entender-se como ser autónomo em termos de literacia dos media.
Um relatório da União Europeia publicado em meados de 2009 revelava que os europeus estão a tornar-se cada vez mais competentes na utilização da Internet e dos computadores e que 60% possuem cultura digital, aspecto essencial da lilteracia mediática. E uma percentagem de 56% dos europeus navegava na Internet pelo menos uma vez por semana. Mas 24% dos europeus sem Internet em casa afirmaram que tal se deve à falta das competências necessárias para a utilizarem.
Ter literacia digital não se resume a aceder à Internet. A recomendação da Comissão Europeia, que convém não esquecer, sublinha que "a literacia mediática é a capacidade de aceder, compreender e apreciar, de forma crítica, diversos aspectos dos media e dos conteúdos mediáticos e de comunicar numa multiplicidade de contextos. Diz respeito a todos os media, incluindo televisão e cinema, rádio e música gravada, imprensa escrita, Internet e todas as demais tecnologias digitais".